Após o homicídio do jovem Bruno Santana Alves, de 17 anos, vítima de uma mentira que culminou em um crime hediondo, a fala da adolescente que era amiga do rapaz denota outro contorno para o caso que chocou o município de Deodápolis.
A Adolescente de 14 anos, em depoimento sobre o assassinato do jovem Bruno Santana relatou que o pai teria se referido ao rapaz como "preto" e ainda completou dizendo "você sabe que odeio preto".
A morte de Bruno, que trabalhava como recepcionista, chocou a população de aproximadamente 13.663 pessoas, do município de Deodápolis, no último dia 13 de janeiro.
“ Trata-se de um crime bárbaro que comoveu a população do município, mas que teve uma resposta rápida e contundente das forças policiais que retiraram do convívio social indivíduos com alto grau de periculosidade.
É preciso ressaltar a atuação das equipes da Policia Civil e Policia Militar que com grande capacidade profissional e técnica empenharam-se na rápida solução do crime”, ressaltou o delegado titular, Anderson Guedes de Farias.
Depoimento da adolescente
Segundo a adolescente de 14 anos, disse para a polícia, o pai chegou em casa tarde da noite, embriagado xingando e dizendo "eu já sei o que o menino fez e não fez com você" e disse que tinha conhecimento de tudo que aconteceu em Ivinhema.
Alterado, Fabiano chegou a arrastar a filha para fora de casa com o intuito de "tirar a limpo" o ocorrido. A todo momento ela questionava o pai sobre o que estava acontecendo, sendo que em dado momento ele respondeu que estava se referindo a um rapaz "preto" e completou: "você sabe que eu odeio preto".
Apesar de ter ido à festa em Ivinhema acompanhada de Bruno há dois meses, negou ter mantido qualquer tipo de envolvimento amoroso com o rapaz. Esclarecendo que eram apenas amigos. Como chovia, pai e filha ficaram abrigados em um bar até que viram a vítima acompanhada por seu tio de consideração.
"Vamos ali"
Ainda, de acordo com a adolescente, o pai a levou para conversar com Bruno e o tio dele. Em todo momento mantiveram a conversa ao nível amistoso. Sendo que o tio e Bruno entraram no carro e saíram.
Neste ínterim um dos envolvidos identificado como Ryan Lucas Teixeira se aproximou perguntando "é aquele ali?" o que iria culminar na barbárie. Alimentado pela ideia de Fabiano sobre uma falsa acusação de abuso sexual.
O próprio filho Rafael Kenedy da Silva Alves, de 19 anos, disse a polícia que recebeu um telefonema da mãe contando que o pai chegou em casa alterado dizendo que a filha havia sido abusada pelo rapaz.
Tendo espalhado a notícia entre os comparsas João Pedro Leôncio, de 19 anos e Erik Henrique da Silva Jesus, de 21 anos que também participaram do crime.
Sendo que três dos presos são egressos do sistema. Enquanto o pai, Fabiano Alves Capelaxio, de 35 anos, respondeu por violência doméstica.
Tocaia
O tio de consideração procurou a polícia e relatou que ao chegar em casa de carro foi abordado pelos cinco homens. Fabiano o agarrou pelo pescoço e obrigou a entrar novamente no veículo enquanto o filho dele, Rafael, assumiu a direção do veículo.
Na sequência seguiram até a casa de Bruno que teve a porta arrombada e o jovem foi arrastado até o carro. Bruno gritava tentando entender o que estava acontecendo enquanto era levado até uma região de área rural conhecida como Décima Linha Nascente.
No local seguiram até uma área de vegetação onde o rapaz foi obrigado a ficar de joelhos. Neste momento teve o pescoço ferido a faca por Ryan e Fabiano "terminou o serviço". Tudo foi testemunhado pelo tio de consideração de Bruno.
Ele só não foi morto no local porque nas palavras de Fabiano "você tem neta e filha", mas foi ameaçado. Falaram que se ele abrisse a boca matariam a neta e a filha dele. Após tirarem a vida de Bruno, eles deixaram o local.
Friamente, Fabiano ainda obrigou o tio do rapaz a pagar bebidas para ele em um valor de R$ 120 reais. Depois quis voltar para o local onde o corpo havia ficado, mas o homem se negou a ir e entregou o veículo.
Polícia é acionada
Após testemunhar o crime o homem ficou escondido no mato temendo pela vida até amanhecer quando procurou a polícia e relatou todo o ocorrido. Imediatamente a Polícia Civil iniciou diligências, o primeiro preso foi Fabiano encontrado sentado em uma cadeira na varanda de casa com seu filho Rafael.
Em conversas com os policiais, Fabiano confirmou que Ryan Lucas Teixeira Salustriano, o vulgo Bibi, participou do crime. Com um veículo descaracterizado, agentes foram até a casa de Ryan e o irmão dele disse que o suspeito estava no local do crime e que iria lá ajudá-lo;
O irmão de Ryan, sem desconfiar de nada, saiu de carro e foi seguido pelos policiais até que o Ford Ka, na cor preta, para e o suspeito embarca e seguem rumo ao local onde a vítima foi executada de forma hedionda.
Aproximadamente 300 metros a frente o Ford Ka para de novo e uma terceira pessoa entra no carro que ao realizar a manobra de retorno para Deodápolis terminou sofrendo a abordagem policial.
Ryan confessou a participação no homicídio e "bateu com a língua nos dentes" dizendo que João Pedro também participou de tudo e que estavam escondidos. Os dois foram encaminhados até a delegacia.
FONTE: IVI NOTICIAS LINK:https://www.ivinoticias.com.br/noticia/149170/deodapolis-racismo-pode-ter-motivado-assassinato-de-jovem
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